Mera Existência Média

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Location: São Paulo, SP, Brazil

Wednesday, June 10, 2009

Mercúrio-cromo

Porque tantos machucados nessa ânsia de crescer?
Bicicleta e skate viram armas de poder

Num reverso do palhaço
Implodido em alma estou
Um pedaço do estilhaço
Tua confiança cortou

A minha se vai e vem
Irresponsavelmente como quem
Tira rachas entre namorados
Ta tirando o ser amado
Ta tentando estar ao lado
De alguém que lhe faz tão bem.

Este ser carinhoso
De distintas sobrancelhas
Eu, moleque teimoso
Faço cócegas nas telhas

Da casa que erguestes para ser tua escola.
Da pedra que escalastes para tua vitória.
Do cimo de onde avistas o horizonte
Do etéreo e belo amanhã em cima dos montes

Quem sou diante da imensidão?
Quem sou pra ti diante do infinito mistério?
Talvez um caminhante companheiro, inda que errante.
Inda que perdido retirante
Inda que ousado a ser bacante

Sou aprendiz de guerrilheiro
E as balas perdidas atingem judeus e palestinos,
Velhos, adultos e meninos.

Mercúrio, como?
Se só o tempo há de cicatrizar
Mercúrio-cromo
Tóxico como não se curar

Água corrente, sim
O pus expulso na cachoeira
Há chance, sim
Se o tempo for lavado na torneira
Se a troca for conquista verdadeira
Se o universo quiser que a vez derradeira
Faça-se luz, amor e partilha parelheira.

Falcão
São Paulo, há tempos atrás
"Cambia, todo cambia"