Mera Existência Média

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Tuesday, April 29, 2008

Da Espacialização do Amor

Sinto um misto de fome, sono e dor
Vou tentar rascunhar minha emoção
Numa poesia Express.
Riscada nos trilhos do metrô.
Quero curtir minha solidão.

Quero entender toda essa gente bonita.
Que anda apressada e alegre
Pelas estações da Paulista.

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São sempre muitos desejos.
O principal é me descobrir.
Porque me sinto mais à vontade com a galera em Itaquera
Do que no cume do Cult?

Porque a vida idealizada não está lá?
Porque tamanha idealização?
As dores que sinto são dores da alma.

Quanta dor há de haver periferia?
Lá é a vida e não aqui.

Porque sinto como se tudo isso
Fosse uma farsa mal representada?

Gostaria de vê-los nus e frágeis
Ou ser como eles?

Não tão pouco quanto alguns
Não igual ao demais

Ser topofílico ou topofóbico
Nesses terrenos desiguais

Pertencer, estar,
Geograficamente sentir-me neste lugar.

Janeiro de 2008

Dos meus demônios

Poder, prazer
Maneiras de brincar com você
Maneiras de expressar que eu te amo
Maneiras de te contar que eu me engano
Maneiras de expressar minha maldade
De maneira que eu choro tanto, na realidade.

Por saber ser assim tão frágil e tênue
A persona, perversa e amorosa que sou.

E o que dizer da amizade?
Sentimento-relação tão confuso que expresso
E o que dizer da novidade?
Desembargo da rotina conservada que professo

Peço que me deixe olhar nos olhos e pedir perdão
Confesso que sinto culpa pelo sentimento que causei
Em vão?

No momento só queria rir
Noutro dia, assustado, ainda sentia-me empolgado
No entanto, resta o choro,
Se confronto o que fiz

No entanto, o namoro
Se confunde com anis

A alegria fugidia de outrora já passou
Sem demora, a história, o tapete retirou

E em queda, aventura, arriscando me atirei

Pra chocar e arder em atrito
No cimento, vento de São Bento
Pra criar esse conflito
E depois me retirar

Pra conter então, um grito
De resposta, de penar.

E encontrar-me agora na espera
Revirado, ansioso,
Preocupado, nebuloso,
Mas ainda controlado

E separado
Pela catraca do metrô.

Fevereiro de 2008.

Se não há bolo, como haicais (e não vomite)

Meu presente de aniversário do ano passado (2007). Sensível lembrança do amigo Jeferson.

Haicai'dade - À idade, que constrói.

Hoje, um mais branco fio te

alinhava espessas nuvens

nos finos tornozelos de menino.

Haicai'mo - Ao imo, que se dilata.

Do olor de chão e água

Irrompe toda luz

das pantomimas e saraus.

JCR - paridos ou abortados especialmente para a data, a este amigo que data, 27/05/2007 – 17:55.