Mera Existência Média

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Tuesday, December 25, 2007

Natal nos Trópicos Interiores

O céu se derrama acima de nós,
Banhado em azul marinho
A Lua escandalosa ilumina a
Mística de nossos singelos encontros

De onde soerguem sentidos de ser
Prazer de estar,
Beleza pra ver,
Ternura a trocar.

Queria cantar cada belo dia e bela noite
Cantar o bucolismo destas Terras d´Oeste

Cantar esse interior idealizado
Por quem caiu no mundão,
Caiu no mundo cão.
Andou na contramão

E agora olha com visões de fora
Pra esse lugar que nos acolheu pra crescer

Terra bela, que aconchega mais de noite que de dia,
Que nos leva pelas praças numa laica romaria.

Acalente o filho homem,
Que criança foi aqui.

Permita embebedar-me
De memórias e porvir.

Onde serás tão somente a raiz,
De onde tiro minha história e identidade

Não serás, no entanto, vívido matiz,
Onde busco o trilho da maturidade.


Alexandre Falcão de Araújo

24 de Dezembro de 2007, 3 da manhã, Praça da Igreja, Dracena.

Bandeiras Semi-hasteadas

I

Dou-te meu corpo em armaduras,
Qual cruzado cavalgando cegamente,
Em busca da Terra Prometida que
Nunca encontrará.

Anseio em ver-te pelas fechaduras,
Qual moleque levado e irresponsável,
Quero ver teu íntimo e achar
Que não perceberás.

Mas, que pretensão, pensar que terei permissão!

II

Tu és um belo mistério,
Tampouco transparente sou, porém,

Não te invoco, paixões, desatinos,
Mas sim, sermos bichinhos, meninos
Do senso-comum além.

Que num conto de fadas,
No círculo não nos aprisionemos
E ao vício, não nos prostremos.

Que sina cantada,
Ser mártire ou
Não ser nada.

Poesia prevista
Ao ser escrita,
Já não é bem quista.

Possível, o mundo o é.
Acho e quero acreditar
Doído, no fundo, poé

Poesia fulgaz
Que nos faz significar.

Alexandre Falcão, 29 de abril de 2007.