Mera Existência Média

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Sunday, January 06, 2008

Subtexto

Somos ambos culpados e ambos inocentes
Eu não falo tudo o que sinto
E não sinto tudo o que penso
Tampouco você
Essa dor não é só minha, por isso, vou dividi-la,
E te dizer

Que hoje eu não tenho condições de ser teu amigo,
Não tenho condições de ser seu cúmplice, não tenho condições de ser nada seu.
E, por amor próprio,
Nem quero.

Você não entende nada de paixão,
Mas vai ter que entender
Que eu não quero ouvir sua voz,
Que eu não quero ter notícias suas,
Que eu não quero lembrar de você
Que eu rasguei sua foto
Que eu só quero acabar de chorar o choro que agora estou chorando.
E esquecer.

Pra bater asas e voar
Pra outros lugares onde eu possa ser amado
E onde esse meu coração biscateiro possa criar raízes
Pois você sabe que eu nunca amei somente você
Mas te amei e te amo demais
E é exatamente isso que eu preciso superar

Pra isso, a distância é o melhor remédio, e a raiva, o melhor antídoto contra o veneno da paixão.

Não sei se você já percebeu, mas eu não sou tão nobre ou tão centrado,
Sou humano e sou complexo
E essa humanidade é que faz beber da droga maldita e bendita que é a paixão.
Droga da qual quero continuar bebendo e soluçando, mas, vivendo.

Afinal, como querias que eu não me sentisse inseguro?
Não sei se é estúpido ou excesso de zelo adiar o sofrimento, pros dois.

Não vou seguir meu ciclo em paz,
Não tão cedo.
Nem tudo é ciclo.
A história também se constrói de rupturas
E a de hoje é uma delas.

Saí
E não volto breve.
Quando voltar, não sei como será,
Mas voltarei fortalecido e espero que não te amando mais.


PS: Poesia antiga... que resgatei do baú digital.