Mera Existência Média

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Wednesday, September 27, 2006

Feng Shui

Um dia elas estavam ali paradas, sobre o parapeito.
Elas estavam ali, paradas, sempre do seu jeito.

Um dia elas vieram de longe,
Um dia elas foram para onde,

Ela pudesse ficasse perto delas,
Elas pudessem ficar na janela,
Elas pudessem lembrá-la da Terra,
Elas pudessem ficar com sua forma, sua cor, seu calor estático;

Até que um rapaz, em um ritual, meio assim, quase carismático
Jogou as pedras da janela, ao vento.
E onde não estava Madalena, mas o tempo.
O tempo do desapego se impingindo no rosto.

E o moço sem saber transmutou o centro
Da energia que vibrava naquele lar rochoso.
E o sistema equilibrou-se às mesmas pedras,
O mesmo parapeito.

Porém, noutro tempo e noutro estado,
Mesmo que ainda ao lado,
Um relativo jeito,
De estar perto e ainda assim distante!
Quantos elefantes!

Casa do Estudante
ESALQ/Piracicaba 2005

Jogando War com Deus

Existem momentos especiais
Que acontecem por motivos banais.
Existem momentos em vão,
Com efeitos não visíveis no momento em que são

Existe uma candeia, um formulário,
Existe a areia, um candelário.

Existe o sol e amanhã não haverá calor.
E o meu calor por você pode vir a ser o que eu não planejo,
E pode não ser o que eu deixei de planejar
E pode simplesmente dissipar e se perder na entropia dos dias distantes.

Tão distantes quanto o verbo está de Darwin e por isso, tão perto.
Perto e desconhecido como um ácaro,
Perto e não querido como um verme,
Mas longe e encantado como um pólen;
Mais difuso do que o seu olhar numa foto de celular
Exposta em mil out-doors pela cidade,
Quando você, na realidade,
Está na saliva da vaca que me doou o leite,
Está no açúcar do beijinho que eu roubei,
E não está no telefone que eu não sei, eu não sei porque não funciona!!

Casa do Estudante ESALQ/Piracicaba/SP 2005